sábado, 13 de abril de 2013

Ser (humano) integral


Ao longo da história a luta pelos direitos, sempre foi temática atual, especialmente no mundo do trabalho, com inspiração dos juristas, em especial aquela de Rudolf Von Ihering, na obra "A luta pelo Direito", que incumbe a toda gente "a missão e obrigação de esmagar em toda a parte, onde ela se erga, a cabeça da hidra que se chama o arbítrio e a ilegalidade" Desde a escravidão na antiguidade, servidão de gleba em tempos feudais, corporações de ofício após a Revolução Francesa. Depois, com a Revolução Industrial, o trabalho deixa de ser artesanal e passa a ser dividido em etapas, ou processos no processo produtivo, e no âmbito social constata-se a criação de novas castas e novas relações de poder, sendo as pessoas tratadas como peças em uma grande engrenagem produtiva. Esta última condição é exemplificada em Tempos Modernos, filme de 1936 de Chaplin, em que este representa o papel de um operário que é “engolido” pela máquina, confundindo-se com as engrenagens. 




 Então ocorre com o ser humano uma metamorfose, mostrada na obra publicada por Franz Kafka, em 1915, chamada Metamorfose, quando, em um enredo absurdo, um caixeiro-viajante percebe que foi transformado, psíquica e fisicamente, em um inseto, presumivelmente uma barata, mas na realidade denuncia o enredo da vida, e da vida do trabalho. 




Certamente já foi dito para um operário ou qualquer outro trabalhador, que não apresentava resultados desejados, pois andava triste, que ele não está naquele lugar para ser feliz, mas sim para trabalhar, seja feliz depois do expediente. Afinal insetos para produzir não necessitam estar felizes. 

Desta maneira ainda ocorre a massificação dos trabalhadores(as) com gotas ou quantidade maior de exploração do homem pelo homem. A reprodução da riqueza, de modo cada vez mais veloz, fazem com que pessoas ou worklovers – apaixonados pelo trabalho -, e workaholics – que trabalham além do limites – naveguem em um mesmo barco, possivelmente à deriva, ou a reboque dos interesses neoliberais e da globalização, pois poderão perceber, em algum momento, que sua energia, sua saúde, seu vigor, sua alegria e sua vida foram dedicados ao trabalho, engolidos por uma rotina monótona, digeridos pelas metas impossíveis e metabolizados pelo sistema impiedoso que classifica as pessoas de acordo com seu potencial produtivo. 


Como possibilidade neste cenário apresenta-se o dano moral coletivo nas relações de trabalho, para assegurar aqueles direitos fundamentais e especialmente os Direitos da Personalidade do trabalhador.

Mas isso representa a emancipação da pessoa para torná-la integral, em toda essência. Sim e Não. Sim porque é um passo, uma evolução, um caminho, e não porque é necessario ainda ir alem para reconhecer que a felicidade também pode ser alcançada no trabalho.

A condição do homem integral, representa a abordagem tanto interior do ser humano como exterior a ele, individual ou coletiva, ou exterior, cada campo com sua verdade e aplicação, ou seja, no expediente de trabalho também é permitido ser feliz. Este é o convite!